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110 anos de Luiz Gonzaga: memorial, livro e documentário contam histórias do eterno Rei do Baião

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Nesta terça-feira (13), completa 110 anos do nascimento do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Nascido em Exu, no Sertão, em 1912, ele fez história na música brasileira e se tornou um dos primeiros representantes da cultura nordestina a obter notoriedade em todo o país.

O aniversário do Rei do Baião tem programação de lançamento de livro (veja vídeo acima) e de um documentário da Globo, que será exibido na sexta-feira (23), depois do Jornal Hoje.

Neste ano em que o nascimento do sanfoneiro mais famoso do Brasil completa 110 anos, o Memorial Luiz Gonzaga, no Recife, reabriu as portas para matar a saudade do cantor, após passar por reforma. O espaço fica no Pátio de São Pedro, no Centro, e funciona das 9h às 16h de terça a sexta, e das 13h às 16h aos domingos.

Ao longo de meio século de carreira, Luiz Gonzaga deixou 44 discos de vinil e mais de 50 discos compactos, sem contar os discos gravados em 78 rotações e as coletâneas. Em suas obras, ele levou para o Brasil inteiro a identidade que ele criou para o Nordeste: sanfona, chapéu de couro e gibão.

Gonzaga, assim, abriu espaços em áreas onde era difícil para um nordestino entrar. O livro “Luiz Gonzaga 110 anos do nascimento” é um box com histórias, cartazes, fotos raras e documentos de toda a vida de Gonzagão.

Segundo o autor, pesquisador Paulo Wanderley, também é possível ouvir a voz do próprio cantor falando da própria vida, por meio de QR Codes que podem ser acessados com o celular. Foi o material guardado durante toda a vida do fã, que decidiu agora homenagear o ídolo com um livro.

“É um livro extremamente interativo, em que você vai poder ouvir o próprio Luiz Gonzaga contando a história dele. Você vai acionar esse áudio através dos QR codes espalhados pela obra. Se você apontar o celular para o QR code, você vai ouvir exatamente o que está escrito, contado pelo Luiz Gonzaga”, declarou.

Na publicação, é possível conhecer o que diziam, na época, as revistas e as notícias que falavam sobre Gonzagão. Os relacionamentos dele, os filhos, os netos, as viagens, acidentes que sofreu. São quase 500 fotos de uma história rica e que jamais vai ser esquecida.

“Seu Luiz Gonzaga foi o maior artista brasileiro de todos os tempos. Nasceu em 1912, no Dia de Santa Luzia, 13 de dezembro, e ganhou o mundo. Saiu de Exu ali no começo dos anos 1930, entrou no Exército Brasileiro. Em 1941, gravou o primeiro disco, o ‘Vira e Mexe’. Um disco antológico, estourou com o baião ali, no final dos anos 1940, e fez sucesso. Foi um divisor de águas na Música Popular Brasileira, trazendo ali o triângulo, a sanfona e a zabumba. Ele inventou esse trio e influenciou vários cantores”, explicou o pesquisador.

No Memorial Luiz Gonzaga, é possível conhecer um pouco do imaginário do artista, que morreu em 1989, aos 72 anos. O local passou por uma reforma e foi reaberto em agosto deste ano, no aniversário de morte do cantor. A entrada é gratuita.

O acervo tem, instrumentos musicais, trechos da obra de Luiz Gonzaga e elementos que lembram uma casa do Sertão de Gonzagão, com paredes de barro e lampião. José Mauro de Alencar, gestor do Memorial Luiz Gonzaga, disse que o valor da obra do artista é inestimável.

“Luiz Gonzaga fez da sua obra uma enciclopédia que documentou todas as matrizes culturais nordestinas. É uma obra monumental, que tem vários tipos de linguagens, de gêneros musicais, com parcerias de diversos poetas. Ali ele tem a literatura de cordel, o repente, o vaqueiro, a religiosidade, a culinária. Todos os signos culturais, a filosofia do matuto”, declarou.

Por g1 PE e TV Globo

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