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caso Beatriz- O que se sabe sobre o que falta esclarecer sobre o assassinato da menina a facadas dentro da escola

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A polícia de Pernambuco informou nesta terça-feira (11) ter identificado o suspeito de matar a facadas menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos de idade, em 2015. O crime ocorreu dentro de uma escola particular tradicional de Petrolina, Sertão Pernambucano, após a menina se distanciar dos pais durante a cerimônia de formatura da irmã para beber água.
Veja abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre caso:
Como Beatriz desapareceu?
Como o corpo dela foi encontrado?
Quem a polícia apontou como autor do crime?
Qual foi a motivação do crime?
Que evidências a polícia possui sobre a autoria do crime?
Já havia outros suspeitos?
Por que a mãe de Beatriz pede mais explicações sobre o caso?
Por que a polícia levou seis anos investigando o crime?
O que os pais da vítima conversaram com o governador e que resultado teve?
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1. Como Beatriz desapareceu?
A menina de sete anos participava da formatura da irmã em uma das escolas mais tradicionais de Petrolina quando saiu para beber água e desapareceu. Imagens mostram a caçula da família Mota sorrindo perto do pai, ao lado da mãe. Ao perceber o desaparecimento, o pai, que na época era professor de inglês na escola, pega o microfone e se desespera. “Beatriz, minha filha, cadê você? A gente está te procurando. Apareça, minha filha”, pede. A festa parou e os convidados começaram a procurar pela menina.
2. Onde o corpo foi encontrado?
O corpo de Beatriz foi encontrado 40 minutos depois em um depósito perto da quadra onde acontecia a festa, a 30 metros do bebedouro. Ela foi assassinada com 10 facadas. A faca usada no crime, de tipo peixeira, foi encontrada cravada na região do abdômen da criança.
Nesta quarta-feira (12), o secretário de Defesa Social, Humberto Freire, afirmou durante coletiva de imprensa, que o número de facadas dadas em Beatriz mudou ao longo das perícias. “O laudo tem 42 fotografias de ferimento. Mas, segundo informações, são dez facadas. São 42 fotografias, algumas dela do mesmo ferimento, o que é normal. Segundo ele, praticou e esfaqueou até silenciar”, declarou.
O corpo de Beatriz foi encontrado em um depósito perto da quadra onde acontecia a festa, a 30 metros do bebedouro — Foto: Reprodução/TV Globo
3. Quem a polícia apontou como autor do crime?
A Polícia Científica de Pernambuco informou no dia 10 de dezembro de 2021 ter identificado o suspeito de desferir as facadas na garota dentro de um tradicional colégio particular de Petrolina, no Sertão pernambucano. A polícia informou que o homem confessou o crime. O DNA encontrado na faca do crime, segundo o laudo pericial, é de Marcelo da Silva de 40 anos, que está preso por outros crimes. Nesta terça (11), após ser ouvido por delegados, ele foi indiciado.
Marcelo da Silva, 40 anos, é suspeito de matar a menina Beatriz Mota, em Petrolina, em 2015 — Foto: Reprodução/TV Globo
4. Qual foi a motivação do crime?
Uma coletiva de imprensa foi realizada no dia 12 de janeiro, no Recife, para falar sobre o caso. De acordo o secretário de Defesa Social, Humberto Freire, o DNA de Marcelo da Silva teve total compatibilidade com o material genético encontrado no cabo da faca encontrada no corpo de Beatriz. Depois desse exame, o suspeito passou por um depoimento em que, segundo diz a polícia, confessou ter cometido o crime para silenciar a menina. Essa foi a motivação apontada.
“Ele estava transitoriamente no local e entrou na escola para conseguir dinheiro para sair da cidade. Pela narrativa, [o crime] não era direcionado a uma pessoa específica. Beatriz foi a pessoa que ele encontrou e que, diante desse exaspero, desse susto, ele acabou silenciando-a a facadas”, disse Humberto Freire.
5. Que evidências a polícia possui sobre a autoria do crime?
Marcelo da Silva tem 40 anos e vive em situação de rua. Ele nasceu no Sertão do estado, e desde 2017 estava preso pelo crime de estupro. Em 2019, teve o material genético colhido para inserção no banco genético do estado, num mapeamento de todos os condenados do sistema prisional.
Em 2021, a polícia começou a monitorá-lo, junto com outros 124 condenados do sistema prisional, depois de um refinamento dos dados genéticos e melhoria do material encontrado na faca cravada no tórax de Beatriz. No final do ano de 2021, surgiu o primeiro indicativo que apontava o DNA de Marcelo como sendo o mesmo encontrado na faca.
Na primeira semana de janeiro, Marcelo da Silva foi levado ao Fórum de Trindade, também no Sertão, para um procedimento acerca de outro crime. Segundo o secretário Humberto Freire, ele já foi preso ao menos três vezes por estupro de vulnerável e crime contra o patrimônio. Foi nessa ida ao fórum que a Polícia Científica coletou, mais uma vez, o material genético do suspeito e conseguiu concluir o confronto entre os materiais genéticos.
6. Já havia outros suspeitos?
Um retrato falado do suspeito chegou a ser divulgado pela Polícia Civil de Pernambuco, em 2016. O perfil do suspeito foi construído com base em depoimentos de três testemunhas, sendo uma delas a própria mãe, Lúcia Mota.
Em 2017, a polícia divulgou imagens detalhadas do suspeito do assassinato da menina Beatriz. No vídeo é possível ver um homem circulando pelo quarteirão da escola e interagindo com pedestres e motoristas. Dois minutos antes de entrar na escola, ele esconde uma faca na calça em que usava.
Polícia divulga imagens que mostram suspeito de assassinar criança em Petrolina, no Sertão
Em 2018, a Polícia Civil de Pernambuco pediu a prisão de Alisson Henrique Carvalho Cunha, sob acusação de ter apagado as imagens do circuito interno de segurança do colégio, onde ocorreu o crime. Imagens divulgadas pela polícia mostram Alisson entrando na sala da escola onde ficava o aparelho que gerenciava as quatro câmeras de segurança da instituição. Sete minutos depois, a gravação é interrompida e o conteúdo, apagado. O equipamento só voltou a funcionar no dia 22 de fevereiro. No dia em que as imagens foram apagadas, o colégio recebeu um ofício da Polícia Civil solicitando o equipamento. Em 2019, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) revogou o pedido de prisão de Alisson Henrique.
Alisson Henrique de Carvalho Cunha era funcionário terceirizado da escola e foi indiciado por apagar as imagens — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Já em junho de 2021, a empresa Criminal Investigations Training Group, dos Estados Unidos, produziu e divulgou uma nova imagem do suspeito. A composição foi feita com tecnologia da empresa norte-americana, que estava ajudando a família na resolução do caso.
Nova imagem do suspeito de assassinar a menina Beatriz Angélica, em Petrolina — Foto: Reprodução
7. Por que a mãe de Beatriz pede mais explicações sobre o caso?
Depois da identificação e confissão do suspeito à polícia, a mãe da menina, Lucinha Mota, fez uma transmissão na internet para dizer que ainda faltam respostas sobre o assassinato (veja o vídeo abaixo).
Para Lucinha, que disse ter ficado sabendo da identificação do suspeito pela imprensa, a motivação do crime não foi explicada. Ela também disse acreditar que o DNA não é suficiente para determinar o autor do crime.
8. Por que a polícia levou seis anos investigando o crime?
Em seis anos, a investigação passou pelas mãos de oito delegados, gerou 24 volumes de inquérito, centenas de horas de gravações de imagens e ouviu mais de 400 pessoas. A família afirma que houve sabotagem dentro da própria Polícia Civil durante os trabalhos.
No dia 20 de dezembro deste ano, a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) pediu a demissão do perito criminal Diego Henrique Leonel de Oliveira Costa, que atuou no caso e prestou consultoria de segurança, através de uma empresa da qual é sócio, ao colégio Nossa Senhora Auxiliadora, local onde Beatriz foi assassinada.
Ele vendeu um plano de segurança para a escola. Para a família de Beatriz, o fato de um dos investigadores ter relação comercial com o estabelecimento onde ocorreu o crime é “imoral”.
9. O que os pais da vítima conversaram com o governador e que resultado teve?
Família da menina Beatriz caminhou de Petrolina, no Sertão do estado, até o Recife — Foto: Reprodução/TV Globo
A mãe de Beatriz, o pai e as outras seis pessoas caminharam mais de 700 quilômetros para falar com o chefe do executivo estadual, indo de Petrolina até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo, na área central do Recife. O grupo foi recebido no dia 28 de dezembro, junto com três deputadas, uma vereadora e um representante da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE). Câmara afirmou que era favorável ao processo de federalização das investigações.
Do G1 Petrolina

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