Início CLIMA Outono em Pernambuco: chuvas e altas temperaturas devem marcar a estação

Outono em Pernambuco: chuvas e altas temperaturas devem marcar a estação

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A Semana Santa em Pernambuco foi marcada pelas chuvas que atingiram a Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata do estado. Depois de dias ensolarados e com temperaturas superando os 30º C no começo do ano, as chuvas devem começar a aparecer aos poucos devido a chegada do outono, que dura entre os dias 20 de março e 21 de junho.

A Semana Santa em Pernambuco foi marcada pelas chuvas que atingiram a Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata do estado. Depois de dias ensolarados e com temperaturas superando os 30º C no começo do ano, as chuvas devem começar a aparecer aos poucos devido a chegada do outono, que dura entre os dias 20 de março e 21 de junho.
O outono ocorre por conta do equinócio, um fenômeno natural em que o Sol fica posicionado diretamente na Linha do Equador, de maneira retilínea. Isso faz com que os  dias e noites tenham o mesmo tempo de duração. Se o dia total tem duração de 24 horas, a noite e o dia teriam, portanto, 12 horas de duração cada.
Pelo fato do Brasil estar localizado na zona tropical do planeta, as características desta estação ficam mais distribuídas, sendo mais perceptíveis nas regiões Sul e Sudeste. O outono é uma fase de transição entre o verão e inverno e possui características destas duas estações, trazendo alterações na temperatura, umidade do ar, volume de chuvas e ventos.
 
“Essa questão da proximidade da Linha do Equador tem a ver com a não diferenciação das estações do ano nessa área tropical. Nessa faixa onde está inserido as regiões Norte e Nordeste do Brasil, devido à quantidade de energia incidente do Sol, a temperatura não abaixa”, explica a climatóloga do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e professora Francis Lacerda.
O Norte e Nordeste do país tendem a continuar registrando altas temperaturas nos próximos três meses, variando entre 22º C e 32º C e índices de chuva mais elevados. As chuvas são mais volumosas nas áreas mais próximas à Linha do Equador, que corta alguns estados do Norte do Brasil.
Em Pernambuco, as temperaturas devem continuar elevadas durante os próximos três meses, mas não tão altas quanto as registradas entre janeiro e o começo de março. De acordo com o meteorologista Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Flaviano Fernandes, o outono deve trazer “chuvas na categoria de normal a acima do normal na região litorânea e agreste, e de normal nas demais áreas do Estado”.
A tendência é que as temperaturas tendem a diminuir com a chegada do outono. Isso é devido ao ângulo de inclinação da Terra em relação ao Sol e a incidência de raios solares irão diminuir gradativamente no Hemisfério Sul”, completou o meteorologista.
Pernambuco e outros estados passarão por um período de chuva nos próximos meses por conta da atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e dos ventos de leste que convergem sobre essas regiões. De acordo com o INMET, esta zona pode ser entendida como uma banda de nuvens que circula todo o globo terrestre na região equatorial.
A Zona de Convergência Intertropical desce para o Hemisfério Sul entre o final do verão e o começo do outono, entre os meses de março e abril, quando tem maior influência na faixa norte das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Mesmo assim, o sistema ainda pode atuar também nos meses de fevereiro e maio e provocar um período chuvoso maior.
Apesar de mais chuvas no estado, o calor deve continuar e os cuidados com estes dois extremos devem ser redobrados nos próximos meses. De acordo com a climatóloga Francis Lacerda, uma onda de calor que atinge todo o planeta tem contribuído para que as temperaturas não diminuam.
“Essas ondas de calor aumentaram nos últimos 30 anos e estão relacionadas com o aquecimento dos oceanos, que a gente chama onda de calor nos oceanos, que faz a propagação dessas ondas quentes para o continente. Estamos com a temperatura da água do mar muito alta, com 30ºC, e isso é uma temperatura muito alta para uma massa de água gigantesca que é o oceano. No passado, a gente tinha em média, no máximo, de cinco a sete ondas de calor e elas aumentaram para 75. A gente teve, agora em março, mais de duas  ondas de calor”, completou.
As chuvas devem ficar abaixo da média histórica no outono na maior parte das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, especialmente devido aos impactos que El Niño ainda pode causar.
Um diferencial do outono de 2024 é o estágio final do fenômeno El Niño, fazendo com que haja a possibilidade de 83% de registrar este fenômeno no trimestre de abril, maio e junho, segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).
O El Niño é  caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na zona equatorial. O fenômeno acontece em intervalos irregulares de cinco a sete anos e dura entre um ano a um ano e meio, com início nos últimos meses do ano.
No fim do outono, é possível que o fenômeno La Niña comece a se formar no Brasil, ganhando força no segundo semestre. La Niña caracteriza-se pelo resfriamento das águas do Pacífico.
Diário de Pernambuco

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